terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Guiando estados quânticos

Olhando uns outros artigos na PRA, achei este que introduz um conceito novo: "Entanglement, Einstein-Podolsky-Rosen correlations, Bell nonlocality, and steering," por S. J. Jones, H. M. Wiseman e A. C. Doherty. Na verdade, este artigo é apenas uma continuação de um outro: "Steering, Entanglement, Nonlocality, and the Einstein-Podolsky-Rosen Paradox," por H. M. Wiseman, S. J. Jones e A. C. Doherty. A idéia envolvida no conceito de steering é como eles colocam no abstract e vou fazer minha versão a seguir. Suponha que Alice queira convencer Beto de que eles compartilham um estado emaranhado. No entanto, ambos estão pedindo o divórcio e um não acredita em absolutamente nada do que o outro diz e estão morando separados; só se comunicam por telefone e e-mail. Então, a Alice quer convencer o Beto de que, de fato, ainda têm algo em comum: um ensemble de estados emaranhados. Como é que ela pode fazer isto? A idéia é que ela ligue para ele e diga, "Beto, seu sacana, meça os spin ao longo da direção x e você vai ver que, este próximo, vai dar exatamente up." Ele mede e obtém up, mas diz, "Ora, Alice, sua trapaceira, isto foi apenas 50% de sorte." Mas aí ela diz, "Então meça o próximo que também vai dar up." E ele mede e obtém up. Se toda vez que ela disser para medir, o resultado for como ela diz, provavelmente ele pode acabar se convencendo de que eles possuem um estado emaranhado. Podem até trocar o eixo, passando a testar ao longo de y ou de z.
Na minha opinião, no entanto, conhecendo as pessoas como eu conheço, creio que mesmo tendo a verificação experimental, o Beto pode mentir para Alice toda vez que ela acerta, dizendo, "Não disse, você errou, não deu conforme você me disse que ia dar: não temos nada em comum". Mas, de qualquer forma, num caso litigioso como este, poderíamos sempre arranjar árbitros incorruptíveis para executar as medições. Outra questão que fica é se, de fato, podemos saber se o árbitro é incorruptível...
Para quem gosta de transições de fase quânticas, fica meu presente de Natal: "Simulation of the superradiant quantum phase transition in the superconducting charge qubits inside a cavity," por Gang Chen, Zidong Chen e Jiuqing Liang. Este é mais um artigo teórico que propõe um experimento factível. Neste caso, SQUID's são acoplados a uma cavidade de alto Q que suporta um modo fotônico único.
Há também o artigo: "Reexamination of entanglement of superpositions," por Gilad Gour. Este autor coloca alguns aspectos sobre a distinção entre diferentes medidas de emaranhamento, como o de formação e o de subespaços.
Finalmente, tem mais este que achei curioso: "Long-distance entanglement and quantum teleportation in XX spin chains," por L. Campos Venuti, S. M. Giampaolo, F. Illuminati e P. Zanardi. A idéia destes autores é bastante interessante: eu pego um spin no começo de uma cadeia e o útimo; qual o emaranhamento entre estes dois spins? Uma cadeia de spins com acoplamentos entre os vizinhos adequados, pode servir de um canal quântico para teletransporte a longas distâncias. Gostei.

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