Na PRFocus ainda nada novo encontrei. No entanto, não resisti à compulsão de ler o artigo "Quantum Nonlocality and Beyond: Limits from Nonlocal Computation," por Noah Linden, Sandu Popescu, Anthony J. Short e Andreas Winter. Há coisas de arrepiar os cabelos (todos!) neste artigo. Estou até agora boquiaberto! Nem o Notícias Populares me deixaria mais estupefacto (como se diria em Portugal). Se eu disser, vocês não vão acreditar, mas vou dizer assim mesmo. Esses caras propõem computação não local, isto é, um bit vai para Alice e outro vai para Bob, mas nem uma, nem outro sabe o input. Por exemplo, se o bit inicial for 0, mando 0 para Alice e 0 para Bob. Mas eu poderia mandar 1 para Alice e 1 para Bob, pois o input, sendo 0, pode ser escrito em termos do XOR entre 0 e 0 ou XOR entre 1 e 1. Quando eles processarem o qubit, eu junto os resultados com o mesmo XOR que usei anteriormente e devo obter o que o processamento deveria ser com o input 0. No caso de o input ser 1, mando 1 para Alice e 0 para Bob, ou vice-versa, já que 0 XOR 1=1 e 1 XOR 0=1. O que perguntamos é se é possível ter este tipo de computação mais rápida quanticamente do que classicamente, usando as correlações não locais clássicas. O resultado é surpreendente: o caso quântico tem probabilidade de sucesso igual ou pior do que o clássico. Como eles fazem isso? Os autores mostram o limitante superior da probabilidade de sucesso para todas as formas quânticas de produzir a computação não local e provam que existe uma particular estratégia clássica que dá exatamente o limitante superior do caso quântico.
Como se isto não bastasse, os autores mostram também que correlações mais fortes do que as quânticas podem apresentar (pasmem!) probabilidade de sucesso 1 para certas tarefas executadas por computação não local! O que são correlações mais fortes do que as quânticas? Ora, os autores citam, em sua Ref. [2], o artigo "Quantum nonlocality as an axiom," por Sandu Popescu e Daniel Rohrlich. O que estes autores dizem fazer é tomar a não localidade como um axioma e deduzir o indeterminismo. Normalmente, dizem eles, o indeterminismo quântico é tomado como um axioma e a não localidade, como um teorema; eles apenas invertem os papéis destes dois conceitos. O que descobrem é que há correlações não locais que não violam a relatividade, não permitindo sinais mais rápidos do que a luz, mas não são obtidas pela mecânica quântica usual. Resta saber por que estas correlações não locais não ocorrem na natureza.
Continuo boquiaberto e estupefacto!
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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